Luis Nassif afirma que redator-chefe da Veja trocou mais de 200 telefonemas com “bicheiro” preso pela Polícia Federal

27/03/12

Do site do Comunique-se: Na manhã desta segunda-feira (dia 26), o jornalista Luis Nassif publicou no site Advivo que o redator-chefe e chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, trocou mais de 200 telefonemas com o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira. Suspeito de chefiar uma quadrilha de exploração de jogos com máquinas caça-níqueis, o empresário foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo da Polícia Federal.
Em seu blog, Nassif afirma que Policarpo Júnior conversa com Cachoeira sobre as reportagens publicadas pela Veja, além de trocar outras informações e receber elogios do “bicheiro”. O jornalista do Advivo ainda sugere que o funcionário da publicação da Editora Abril só foi promovido – desde janeiro é um dos quatro redatores-chefes da revista – devido à “associação” que fez com o empresário que está em um presido federal de segurança máxima em Mossoró, interior do Rio Grande do Norte.
Nassif não poupa críticas ao jornalista da Veja e põe em xeque a conduta ética de seu colega de profissão. “Cada publicação costuma ter alguns repórteres incumbidos do trabalho sujo. Policarpo é mais que isso”, afirmou. “As gravações efetuadas mostram sinais incontestes de associação criminosa da revista com o bicheiro. São mais de 200 telefonemas trocados”, publicou. O diretor do Advivo também afirmou que “há indícios de que Cachoeira foi sócio da revista na maioria dos escândalos dos últimos anos”.
Integrante da redação da Veja em Brasília há mais de dez anos, Policarpo Júnior já foi repórter de política e atualmente acumula as funções de redator-chefe da revista – cargo que divide com Thaís Oyama, Fábio Altman e Lauro Jardim – e de chefe da sucursal na capital federal. Em 2005, foi o responsável por publicar que o então chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, foi flagrado recebendo R$ 3 mil de propina – caso considerado um dos precursores do “Escândalo do Mensalão”. A respeito das afirmações de Nassif, Policardo Júnior não se pronunciou até o momento.